HOMEM – Ser de exceção ou “bicho da terra tão pequeno”?
Na disciplina de Português, os alunos da turma C do 11º ano, a propósito do estudo das reflexões do poeta, em Os Lusíadas, de Luís de Camões, nomeadamente a reflexão nas estâncias finais do Canto I sobre as circunstâncias que tornam o Homem um “bicho da terra tão pequeno”, foram convidados pelo professor João Paulo Reis, a desenvolver uma opinião sobre a atualidade da metáfora usada pelo poeta para referir o ser humano.
Eis um dos textos.
Na obra Os Lusíadas, Luís de Camões, numa das suas reflexões no Canto I, utiliza a seguinte metáfora para designar o ser humano: “bicho da terra tão pequeno”. Mas será que, nos dias de hoje, esta metáfora ainda se aplica à humanidade?
Após vários anos de evolução em todos os aspetos possíveis da humanidade, desde as tecnologias até à arte e à indústria, o ser humano tem “crescido”, mas os riscos a que está exposto também foram aumentando. Uma das situações que mostra esse “crescimento” da humanidade é, exatamente, o avanço da medicina, uma vez que se criaram novos tratamentos para doenças que, antigamente, seriam letais. Contudo, este avanço medicinal não é capaz de enfrentar uma doença que apareça do nada. O maior exemplo disso foi o surgimento da COVID-19 e a consequente pandemia, causada por um vírus que teve origem na China e que, no espaço de um ano, dominou o mundo, fazendo-o parar e matando milhões de pessoas, o que comprova essa insignificância do homem.
Na verdade, apesar deste desenvolvimento do ser humano em várias áreas, este continua a ter comportamentos dominados por defeitos como a traição ou a ganância, entre outros. Estes conduzem a guerras, destruição de países inteiros e, principalmente, a mortes e pobreza. Como exemplo disso, temos a guerra que, neste momento, se passa na Ucrânia. Esta está a afetar todo o mundo e apenas surgiu devido à ganância e à cobiça, por parte da Rússia, relativamente a algumas cidades ucranianas e à tentativa da Ucrânia de entrar na NATO. Esta guerra, que dura há já um ano, já originou mais de 10 milhões de refugiados, fez com que a inflação aumentasse em todo o mundo e, infelizmente, resultou em milhares de mortos.
Em suma, a humanidade do século XXI já se desenvolveu bastante em comparação com a do século XVI, mas, paralelamente, os perigos e os riscos também cresceram, permanecendo o Homem como um “bicho da terra tão pequeno”.