jornal plural do agrupamento de escolas dr. manuel laranjeira

Dia da Poesia

 

 

 

     No âmbito da comemoração do “Dia mundial da poesia”, 21 de março, e aproveitando para introduzir o estudo dos poetas contemporâneos, os alunos das turmas A e D do 12º ano foram convidados a produzir poesia, em grupo, a partir de algumas instruções dadas pela professora.

Ana Rosa Silva, professora de Português,

 

Caminhada até à morte

(a partir de um mote alheio)

 

“Se tu visses o que eu vi,

à vinda de Guimarães!…

Um barbeiro de joelhos

a fazer a barba aos cães.”

 

Se tu visses o que eu vi,

à vinda de tua casa!…

No meio da alvorada,

Uma gaivota sem asa.

 

Se tu visses o que eu vi,

Enquanto me levantava!…

Uma gota de água que

Caía na minha cara.

 

Se tu visses o que eu vi,

Enquanto andava na rua!…

Claro que sendo em Espinho,

Só se avistava uma grua.

 

Se tu visses o que eu vi,

Ao descer para o porão!…

Um pescador com três drogas

fazendo uma transação.

 

12ºA
Bernardo Augusto,
David Martins,
Hugo Sá,
Vitória Loureiro

 

Eu sou Tudo o que sinto

 

Eu sou o que o sonho ambiciona,

Eu sou o que sempre sonhei,

Eu sou o sonhador que sente pena dos que não sonham,

Eu sou Tudo que Tudo sonhei.

 

Eu sou o que o desejo procura,

Eu sou o que D. Sebastião nos deixou,

Eu sou o nevoeiro que escurece os corações dos

esperançosos,

Eu sou o desejo que nunca chegou.

 

Eu sou a Deceção dum país que se encontra afundado,

Eu sou a âncora que impede o futuro de Portugal,

Eu sou um marinheiro que está perdido no infinito,

Eu sou o leme que vai endireitar Portugal.

 

Eu sou a bipolaridade que faz de um povo único,

Eu sou um povo único que transparece a sua felicidade,

Eu sou a felicidade que nos une,

Eu sou a união de um povo que nos impulsiona ao sucesso.

 

 

12ºA
Francisco Rodrigues,
João Ferrão,
Tiago Brito,
Tiago Lopes

Janelas d’alma

 

Olhos, olhos com brilho de quem viveu.

Lágrimas de quem sentiu, sofreu. Mas

Hoje, a vida escurece, cessa o teu brilho.

Outrora azuis do céu, agora vivem

Somente no cofre da nossa lembrança.

 

12º A
Ana Rita, Beatriz Martins,
Beatriz Pereira, Diana Silva
e Luana Fragueiro

Os nossos versos

 

E agora, quando te olho ao longe,

já não vejo essa cor verde,

já não vejo essa flor de tom rosa carmim!

A vida deu lugar à morte

e a máquina que se alimentava à base da luz

deu lugar ao escuro vazio!

 

12º A
Andreia Santos,
Renato Santos,
Beatriz Topa

 

Se tu visses o que eu vi…

(a partir de um mote alheio)

 

“Se tu visses o que eu vi,

à vinda de Guimarães!…

Um barbeiro de joelhos

a fazer a barba aos cães.”

 

Se tu visses o que eu vi,

à vinda do meu Brasil!…

Um cheirinho de churrasco

e o carnaval em abril.

 

Se tu visses o que eu vi,

à vinda da grã Maputo!…

O changana mais que puro

E um bem absoluto.

 

Se tu visses o que eu vi,

à vinda da grande China!…

Multidões e arranha-céus

Que brilham na neblina.

 

Se tu visses o que eu vi,

ao redor do nosso mundo!…

Diversidade e cultura

e um sentimento profundo.

 

12º D
Helena Liu,
Nikolly Santos,
Wendy Maheme

Papoila

Era primavera

e a papoila, na puberdade,

jazia sob o forte azul do céu…

e o fogo amarelo do sol

cercava-lhe a liberdade!

Era de madrugada.

O som da espingarda soava

e a paz foi abalada.

Assim, a bela papoila

das pétalas abdicava…

 

12º A
Ana Menezes,
Bárbara Nogueira,
Bárbara Martins,
Inês Menezes,
Luísa Oliveira

Portugueses

 

Portugueses, ousados sois vós,
O poderoso mar se abriu em nome dos vossos avós,
Rumai às novas conquistas.
Tu, senhor, sempre nos guiaste,
Unidos nos tornámos artistas,
Glorioso Império nos confiaste.
Altura de uma grande esperança,
Levando-nos a fazer mudança!

 

12º D
Carlos Patrício Zanetta,
João Oliveira,
Sofia Ribeiro

O meu verso

 

Num dia de céu cinzento,

Sou só eu e os meus rodeios.

Ouvem-se os ruídos

De árvores vazias, mas campos cheios.

O coração bate cada vez mais forte,

O entusiasmo inunda-nos,

Ergue-se o sol.

Seremos todos um,

Uma única voz.

12º D
Carolina Santos,
Inês Marins,
Lara Rocha

 

Eu sou um mar que não tem vida

 

Eu sou um tudo que é nada.

Eu sou um poeta que não tem pena.

Eu sou um nauta que não tem rumo.

Eu sou um tudo que é nada!

 

Eu sou o homem que viu a luz.

Eu sou o homem em que Deus tocou.

Eu sou o homem que tinha um destino.

Eu sou o homem que o destino ignorou!

 

Eu sou aquele que tudo fez pela nação.

Eu sou um marinheiro que deixou sua querida.

Eu sou um marinheiro sem embarcação.

Eu sou um mar que não tem vida!

 

12º D
 Afonso Cadete,
Joana Cortês,
Joana Reis,
Miguel Pereira

 

Naquela madrugada

 

Naquela madrugada,

ao som de uma espingarda,

o povo consegue a liberdade!

Ao som da formosa verdade…

 

Nessa manhã de primavera,

uma enorme confusão se assevera

e um sol que abre e brilha

trouxe a papoila da ilha.

 

E, por fim, o céu escurece.

 

12º D
Igor Lopes,
Pedro Silva,
Beatriz Nunes
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