Quando fiquei desempregado, há cerca de 23 anos, fiquei doente, com uma depressão. Não saía de casa e a televisão era a minha maior companhia. Foi por esse motivo que, um dia, assisti a um programa que viria a mudar a minha vida: um indivíduo tinha forrado uma parede de um quarto com fósforos.
Comecei a fazer trabalhos com este material e, a pouco e pouco, o que era um passatempo passou a ser um negócio, pois passei a vender algumas peças, visto que havia pessoas que gostavam delas. Esta minha atividade tornou-se um vício e foi assim que, felizmente, me libertei da depressão.
Entretanto, quando comecei a trabalhar na Escola Dr. Manuel Laranjeira, no ano de 2002, gostava de ocupar os meus tempos livres a restaurar materiais em madeira, como secretárias e carteiras da escola que aguardavam restauro, o que ia aumentando o meu gosto por estes trabalhos. Também tive o prazer de conhecer a Dra. Maria do Carmo Jorge, que rapidamente se apercebeu do meu gosto por trabalhos manuais e que gostava da minha ajuda. Um exemplo do nosso trabalho colaborativo foi a elaboração de uma estátua de que alguns se lembrarão certamente, a estátua de uma menina a ler.
No âmbito da colaboração com aquela professora de Artes, aprendi a trabalhar com os fornos e a mufla que a escola possuía. E foi assim que comecei a elaborar trabalhos em barro, também com a ajuda da Dra. Paula Neves, outra professora de Artes que tive o gosto de conhecer. Um exemplo destes trabalhos é um quadro, em azulejos, com o esboço da caricatura de Manuel Laranjeira. Este quadro pode ser visto na sala de professores da escola sede, no bar.
Claro que a vida e o trabalho me retiraram tempo para continuar a prosseguir com esse hobby… Talvez o retome, quando me aposentar.