Sou professora há 37 anos. Em agosto de 2021, fui desafiada a fazer parte de uma lista para as eleições autárquicas. Perante esse desafio, considerei que pôr ao serviço das escolas do meu Concelho todo o saber acumulado ao longo de tantos anos seria um excelente exercício de cidadania.
Assim aconteceu. Neste momento, além de professora de Português neste Agrupamento, sou vereadora em regime de não permanência numa Câmara Municipal do nosso distrito, o que significa que faço parte do Executivo como vereadora da oposição.
Num país democrático como o nosso, é tão importante quem governa como quem faz oposição, porque quer uns quer outros têm mundividências representativas daqueles que os elegeram. Quando se trabalha numa autarquia, trabalha-se com sentido de missão e ao serviço da população. O espírito não é muito diferente do de um professor. Com efeito, o professor também está ao serviço dos seus alunos.
Além disso, estar numa Câmara não é muito diferente de estar numa escola ou mesmo de estar na vida. Em todas as situações temos de ouvir opiniões diferentes das nossas e aceitar variadas formas de chegar ao mesmo objetivo.
Nem sempre os consensos são possíveis, mas tal não significa que as minorias não tenham voz e não possam contribuir positivamente para a resolução dos problemas.