NOITES DOS PIRILAMPOS
No dia 11 de Junho foram encerradas as sessões regulares do Clube Ciência Viva com uma visita de estudo ao Parque Biológico de Gaia, em Avintes.
Os alunos inscritos no Clube participaram na primeira sessão das Noites dos Pirilampos, que constou de uma visita guiada pelo Parque, seguida de observação astronómica.
Pudemos assim fazer uma pequena caminhada sem luzes artificiais, habituando progressivamente os olhos à escuridão, de modo a podermos observar melhor a luz emitida pelos pirilampos. E fomos aprendendo mais sobre estes insetos, o seu habitat e o seu ciclo de vida, além de muitas outras informações sobre a conservação do meio natural.
A presença de pirilampos é um bom indicador de qualidade ambiental, uma vez que eles se afastam de zonas com pesticidas que matam as suas presas e de luzes intensas que perturbam a sua comunicação.
Os locais mais adequados para os observar são as zonas húmidas, por isso vimos que eram muito mais abundantes junto aos cursos de água e nos pontos mais baixos do percurso.
Os pirilampos são insetos bioluminescentes, isto é, as larvas e os adultos produzem luz através de uma reação química: a luciferina – na presença de uma enzima, a luciferase, e do oxigénio – fica oxidada e emite luz. A luz é produzida para se defenderem de predadores, quando são perturbados, ou para comunicação. As fêmeas, as larvas e os machos de algumas espécies emitem luz durante a cerimónia de acasalamento.
O ciclo de vida de um pirilampo dura de um a três anos, durante o qual fazem seis a oito mudas, consoante a espécie. É então que as larvas se transformam em pupa. A passagem de pupa para o adulto dá-se a partir do início do Verão. Em geral, os adultos não crescem, não se alimentam e morrem uma a duas semanas depois de se reproduzirem.
Em Portugal, as larvas dos pirilampos alimentam-se principalmente de caracóis e lesmas, porque conseguem paralisar presas através da inoculação de um veneno, apesar de estas serem muito maiores.
As fêmeas da maior parte das espécies são muito diferentes dos machos e não voam, permanecendo junto ao solo, subindo a ramos ou a folhas das ervas para emitirem luz.