jornal plural do agrupamento de escolas dr. manuel laranjeira

74:24 – O QUE CABE EM 50 ANOS

     No ano em que a Revolução dos Cravos faz 50 anos, impõe-se comemorar o 25 de Abril, de forma multifacetada e participada. O Projeto 25 de Abril propôs e lançou um conjunto de atividades que assinalaram a importância da Liberdade e da Democracia no nosso país e no mundo em que vivemos.

     Iniciámos o processo com as comemorações do Dia Internacional dos Direitos Humanos e do Dia Internacional da Mulher, merecendo especial destaque a exposição de “Sophia: a mulher e a poetisa”. Colaborámos nos projetos eTwinnig e articulámos com o Plano Nacional das Artes e o Projeto Cultural do Agrupamento. Promovemos a atividade “Obras censuradas – Obras Libertadas” em parceria com a Biblioteca Escolar (BE) e o grupo disciplinar de História, através da referência e análise de obras e autores, recorrendo a sessões de reflexão sobre o impacto da censura na vida dos portugueses. Procurámos, principalmente, a articulação curricular nas turmas e interturmas, multi e interdisciplinar. Assim, surgiu a ideia de realizar um painel de azulejos em cada estabelecimento de ensino do Agrupamento que lembre a importância e a contemporaneidade dos valores de Abril.

     Fizemos exposições como as “Figuras de Abril”, “Olhares da Imprensa sobre o 25 de Abril”, “Friso Cronológico 1974”, “Os Números e a Democracia”, “A Cantiga é uma arma!”, “Dia do Pi – 50 anos/25 de Abril” e “Celebrar a Liberdade em língua inglesa”.

     Momentos singulares foram as palestras com figuras de relevo nacional como Manuel Carvalho da Silva, Alberto Martins, o General Eduardo Teixeira e a docente aposentada deste Agrupamento, Drª Olívia Soares. A Liberdade foi também dignamente cantada através da declamação de poemas de grandes vultos da literatura portuguesa como José Carlos Ary dos Santos, Sophia de Mello Breyner Andresen e Natália Correia. A sessão culminou com a dramatização de um excerto da obra Felizmente há luar de Luís de Sttau Monteiro.

     As turmas do 9º A e 9º B encantaram toda a escola com a apresentação de danças sobre a multiculturalidade e as conquistas dos 50 anos da Revolução de Abril.

     Fez-se, igualmente, uma passagem de modelos que fez realçar a beleza de todos os participantes, alunos do 3º ciclo e secundário da escola sede do Agrupamento, no âmbito da Imersão Multicultural de Alunos.

     O ponto alto das comemorações foi a “Arruada pela Liberdade” na qual participaram todos os alunos da Manuel Laranjeira, 3º e 4º anos, e 2º e 3º ciclos da Escola Sá Couto, perfazendo um total de 1480 alunos, acompanhados por cerca de 140 professores e 20 funcionários. O Agrupamento de Escolas Dr. Manuel Laranjeira saiu para a rua e voltou a defender os ideais democráticos e o respeito pelos Direitos Humanos. Esta arruada foi embelezada por t-shirts impressas no nosso agrupamento, pelos docentes do grupo de Artes e outras oferecidas pela Junta de Freguesia de Anta – Guetim. Os alunos empunharam cartazes, tarjas, cravos executados nas aulas de Educação Visual e de Educação Visual e Tecnológica. Os alunos de Artes dinamizaram uma intervenção artística designada “Afirma-te: as tuas palavras são pétalas”, sob a orientação dos seus professores. O momento ficou marcado por cantigas de intervenção entoadas pelo coro de alunos do 1º e 2º ciclos, dinamizado pelo grupo de Educação Musical. A turma do 9º B apresentou ainda uma dança alusiva ao evento.

     O dia terminou com a colocação de uma “Cápsula do Tempo – retrato da contemporaneidade”, no jardim interior da BE da Manuel Laranjeira, a ser aberta no ano da comemoração dos 75 anos do 25 de Abril, uma iniciativa da turma do 10º A.

     No dia 26, no Centro Multimeios, concretizou-se o espetáculo “A Canção é uma Arma”, que contou com a atuação do Coro Maduro Maio e do coro do 1º e 2º ciclos do Agrupamento, da responsabilidade da professora Regina Coelho.

     Abril terminou com doçura e sabor, quando os alunos do curso profissional de Restaurante e Bar criaram e confecionaram um biscoito inspirado no brasão da cidade de Espinho, o “Delfim”, e serviram um pequeno-almoço multicultural com gastronomia alusiva a várias regiões do mundo.

     O teatro também marcou presença com a apresentação da peça 25 de Abril: a história de uma Revolução, pelo Teatro EDUCA, para os alunos do 11º ano, no âmbito de História e Cultura das Artes, os alunos de História B, os alunos de 12º, História A, e para todos os de 9º anos do agrupamento

     E, tal como Sophia de Mello Breyner Andresen, podemos dizer “E livres habitamos a substância do tempo”.

Josefina Rocha, coordenadora do Projeto 25 de Abril
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