jornal plural do agrupamento de escolas dr. manuel laranjeira

Testemunho de Hermínia Milheiro Lima

(Diretora em 2012/2013)

     Já não recordo todos os pormenores. No entanto, tenho uma indelével lembrança das situações ou difíceis ou felizes; as tristes, faço por esquecer, mesmo que seja complicado, por vezes.

     Tendo sido professora e a primeira diretora do Agrupamento Dr. Manuel Laranjeira, reformei-me da atividade, mas continuo ao corrente das problemáticas educativas, ainda que de forma mais longínqua.

     O que se passa nas escolas? É o mesmo que se passa na sociedade que está em convulsão: as pessoas estão mais inquietas e são muito mais exigentes.

     Em 2012, também havia grandes mudanças na sociedade e na educação. Recordo que grande parte dos professores desconfiava dos agrupamentos escolares, porque temia a despersonalização das relações entre as pessoas que “moram” na escola.

     Acredito no dito “É precisa toda uma aldeia para educar uma criança” , sendo a aldeia a comunidade educativa e a comunidade local envolvente. Implica uma educação para o Bem Comum.

     Quando tive oportunidade de formar equipa diretiva, na junção com o agrupamento Sá Couto, pugnei sempre pela repartição dos lugares diretivos entre professores da Manuel Laranjeira e professores da equipa diretiva da Sá Couto que já conhecia. Incluir, foi o lema. Articular os ciclos, valorizar o 1º ciclo, reforçar o papel do diretor de turma, delegar competências, trabalhar em colaboração com professores, secretaria, pessoal auxiliar e alunos. Como fazer com os alunos? Assembleias de ciclo, onde os delegados de turma expunham o que entendessem, mandatados pelos colegas da turma. Apoiamos a resolução de conflitos e as atividades, estando nos locais, visitamos as escolas do Agrupamento, circulamos pelos recreios e pavilhões, orientamos as filas de alunos na cantina…

     E com os adultos que trabalhavam com os alunos? Reuniões periódicas com diferentes setores da escola para debater e procurar respostas para práticas/situações que carecessem de melhoria e, em conjunto, desenvolver uma visão partilhada da missão da escola; criação, em equipa de professores, de materiais partilhados para a diferenciação pedagógica e a diversificação de estratégias; discussão e  implementação de Boas Práticas identificadas pelos grupos de adultos, Planos de Melhoria dos resultados dos alunos…

     Em suma: uma gestão descentralizada, partilhada e participada, inclusiva e centrada no aluno.

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