Educação Visual – E@D
Há um ano atrás seria difícil imaginar a situação que estamos a viver hoje – uma pandemia que nos absorve a alma e altera as nossas emoções.
Há um ano atrás seria difícil imaginar a situação que estamos a viver hoje – uma pandemia que nos absorve a alma e altera as nossas emoções.
Expressar a arte por via do E@D é possível, mas não é tarefa fácil. A disciplina de educação visual é bastante abrangente e também direcionada para todas as outras áreas do saber. Para retratar os pensamentos, as emoções, os estados de espírito, na pintura, na literatura ou noutras artes, é preciso recorrer à criatividade e imaginação.
Contudo, numa vertente muito prática que é a da disciplina de educação visual, surgem alguns constrangimentos no E@D. A ausência física do professor e dos alunos compromete os gestos e a expressão facial que emergem na disciplina. O espaço físico dá lugar ao virtual, que não permite essa exposição teatral nem a perceção exata das emoções dos alunos. Este foi um dos constrangimentos com que me deparei.
A tecnologia permite manter o caráter prático da disciplina, mas instala-se a insegurança e a falta de autonomia em alguns alunos, sendo este outro constrangimento que se verifica. Um outro que também se salienta é a desigualdade no acesso tecnológico, que dificulta o desenvolvimento equitativo de aprendizagens.
Tem sido, de facto, um desafio para mim e para os alunos, este ensino virtual.
No entanto, permito-me dizer que, apesar destes constrangimentos, a maioria dos alunos domina as tecnologias e, de uma maneira geral, acompanhou bem as aulas síncronas e assíncronas e usou os recursos que eu disponibilizei.
Se, por um lado, a distância compromete o ensino pessoal, por outro, promove uma utilização mais correta dos recursos digitais por todos os intervenientes. Isso reflete-se nas pesquisas que têm de efetuar, na atenção e concentração nas aulas síncronas e na autonomia e resiliência.
De uma maneira geral, notei que os alunos estavam motivados e concentrados e desenvolveram as atividades propostas.
As minhas aulas passam muito pela partilha de imagens e de vídeos expositivos e pela realização de fichas de apoio, o que permite aos alunos uma perceção mais concreta dos trabalhos a desenvolver. Este suporte visual facilitou a compreensão e a execução de tarefas, de acordo com as aprendizagens essenciais.
O feedback que, continuamente, forneci foi muito importante para os alunos terem consciência da sua .
Como professora de educação visual há mais de vinte anos, penso que, apesar de o E@D ser possível, o presencial favorece uma aprendizagem mais efetiva, permitindo também a socialização, o que contribui para o desenvolvimento da sociedade, que se pretende mais culta e igualitária.
Susana Monteiro, professora de Educação Visual