Eu sou a Yone Filipe Maheme do 9ºE, tenho catorze anos e sou de nacionalidade moçambicana. Cheguei à Manuel Laranjeira logo no início do ano letivo de 2021/2022.
Sinto mais facilidade em comunicar em língua inglesa do que em português, mas, pouco a pouco, sei que vou conseguir melhorar.
As maiores diferenças que encontro aqui em Portugal em relação a Moçambique são a comida, os hábitos e costumes, os feriados/festividades, e a escola e a forma de ensino, entre outras.
As grandes diferenças que encontro entre as escolas de Portugal e de Moçambique são no âmbito do comportamento, das disciplinas, dos horários, das avaliações.
O sistema educativo moçambicano está organizado de uma forma um pouco em relação ao de Portugal: Pré-Escola, Ensino Primário (da 1ª à 7ª classe), Ensino Secundário (da 8ª à 12ª classe) e Escola Superior (a universidade e a escola técnica). A escola primária é gratuita e obrigatória para todos os moçambicanos, no entanto, na prática, há muitas vezes taxas associadas a livros, uniformes, etc, que são um obstáculo para muitos moçambicanos.
Há também uma gama enorme de escolas privadas localizadas em todo o país, mas mais centralizadas em Maputo e na Beira. Elas variam em termos de cursos oferecidos, da qualidade da educação, do custo das taxas de matrícula e da língua de ensino. Geralmente, as pessoas preferem enviar os seus filhos para a escola particular se a puderem pagar, pois encontrarão um número de alunos por turma muito mais razoável, professores mais qualificados e melhores recursos do que no ensino público.
O ano letivo, que é constituído por três trimestres, tem início no final de janeiro e termina no início de novembro.
As disciplinas do secundário (8º ao 12º anos), no que diz respeito à minha antiga escola em Maputo, eram em maior número do que as que tenho em Portugal. Tínhamos Física, Biologia, Matemática, Química e TIC avançado em inglês; tínhamos também Português, História e Geografia em português. No ensino primário, além das disciplinas obrigatórias, frequentávamos ainda aulas extracurriculares como karaté, xadrez, ténis, etc. Além do inglês, havia aulas de turco.
Em Moçambique, muitas vezes, tínhamos de estar na escola para uma assembleia de todas as turmas, para cantarmos o Hino Nacional, celebrarmos aniversários, ouvirmos os recados do dia ou da semana e, de vez em quando, fazermos apresentações.
Acho que os portugueses deviam conhecer melhor Moçambique. Assim, vou apresentar a minha perspetiva enquanto nativa.
Comecemos pela parte histórica.
No dia 19 de outubro de 1986, morreu o primeiro Presidente da República de Moçambique, Samora Machel, num desastre aéreo na Zâmbia. No dia em que se cumpriram 25 anos sobre a sua morte, foi inaugurada uma sua estátua em Maputo, na Praça da Independência. Curiosamente, a estátua foi produzida na Coreia do Norte, um dos últimos países comunistas do mundo, na altura aliada do regime socialista da FRELIMO e de Samora Machel. A inauguração contou com a presença da Presidente do Brasil, Dilma Rousseff.
Para além dos seus vastos pontos turísticos, Maputo é muito rico no setor da gastronomia e do artesanato como, por exemplo, arte com palha, tapeçarias capulana e escultura de madeira.
As festas como o Natal e o Ano Novo são sempre celebradas em família. No Natal usa-se as cores vermelha e branca e, no Ano Novo, o branco. Esta última festa é celebrada durante dois dias.
Moçambique é famoso pela sua marrabenta vibrante e pelas suas capulanas coloridas. Mas é ainda mais apreciado pelas suas belas paisagens.