jornal plural do agrupamento de escolas dr. manuel laranjeira

Viagem Barroca

Auditório da Escola Manuel Laranjeira transformou-se num Palco de Magnificência com a “Viagem Musical na Europa Barroca”

 

     No dia 5 de maio, o violinista e professor de música e dança Maurizio Padovan abrilhantou, com a sua mestria, capacidade de comunicação, conhecimento histórico e virtuosismo musical, mais uma lição-concerto, atividade dinamizada pela docente Maria do Carmo Barros e que contou com a colaboração dos professores/diretores de turma do 11º ano dos cursos científico-humanísticos, que aderiram com entusiasmo à iniciativa.

     O Diretor do Agrupamento, Dr. Vítor Oliveira, abriu a sessão com palavras de agradecimento ao Professor Padovan, salientando que esta iniciativa do grupo de História retomava a que fora feita há dois anos com o mesmo professor. Embora esta lição sobre o tema do Barroco (história, cultura e música) fosse apresentada pela primeira vez, certamente seria muito enriquecedora para os alunos e professores presentes, visto que todos deveríamos entender o Barroco como uma linguagem universal que juntava duas manifestações aparentemente inconciliáveis: a arte e o espetáculo.

     O violinista-relator iniciou a sua ‘lição’ difundindo a música que introduz o Festival da Eurovisão e o hino da Champions League. O rosto dos alunos manifestava interesse por ouvirem o professor explicar como estas músicas e outras que eles conheciam e dançavam tinham a sua origem na música barroca. Depois começou a viagem pelo mundo do Barroco, indo a Versalhes, à corte do rei Luís XIV, que foi um dos grandes protagonistas da encenação do poder, e focando o seu papel como bailarino e organizador de espetáculos, num cenário político de absolutismo, rei este que se reclamava de origem divina. De seguida, o violinista deambulou pela cidade de Veneza, com os seus coros formados pelas meninas do orfanato, e pelo emprego da “bauta” (máscara, tricórnio e capa preta), usada pela aristocracia sempre que saía. Passeou, de seguida, pela Alemanha, onde a música era uma “aprendizagem essencial” na sociedade dos séculos XVII e XVIII. Maurizio Padovan, que foi professor de “História da dança e da música para dança” da Universidade de Cremona, considera que Johann Sebastian Bach é “o génio da música”. A última etapa de viagem foi a Inglaterra do século XVIII, com imagens e música de Farinelli, um lendário “castrato”, o mais popular e bem pago na ópera da Europa da sua época, terminando com passagens da “The Beggar’s Opera” ou “Ópera dos Mendigos”.Este périplo pela música barroca foi sempre entrecortado com diálogos mantidos com os alunos, sendo que, nas palavras do violinista Maurizio Padovan, “os olhos dos alunos brilhavam de curiosidade e de espanto” e, sempre que “eu tocava no violino, o silêncio era total”. O violinista considera que esta “Viagem Musical na Europa Barroca” é uma das melhores lições que executa e que os nossos alunos tiveram uma postura de muito interesse e agrado pela atividade. Reconhece que na Europa do Sul, a educação não dá valor suficiente à música, ao contrário do que sucede na Europa do Norte, onde quase todos os alunos tocam um instrumento musical, o que é considerado essencial à formação cultural dos jovens. Nas palavras dos alunos do 11º F, “foi uma lição muito interativa” e o “Auditório transformou-se num magnífico palco de som e imagens, sendo uma consolidação de conhecimentos históricos”.

     É de ressaltar que o violino que o professor toca foi construído na oficina “Capela”, sita em Anta, a capital do violino em Portugal.

     Esta lição-concerto terminou com um almoço muito agradável, proporcionando momentos de convívio entre o violinista Maurizio Padovan, o Diretor Vítor Oliveira, os assessores da Direção Cláudia Pinto, Francisca Reis e outros professores, o qual se realizou no nosso restaurante pedagógico. Foi organizado pelo grupo de Espanhol (integrado na Semana do Espanhol), com os sabores e pratos típicos do país vizinho, confecionados sob a direção do professor Jorge Silva, sendo de enaltecer o serviço excecional executado pelos alunos do curso profissional de Restaurante/Bar.

Maria do Carmo Barros, professora de História
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