O Arquiteto da escola-sede
“Pensar, Desenhar, Construir e, com isto e muito mais, conviver”, a condição de Rui Lacerda.
Nota Biográfica
Rui Lacerda nasceu em Espinho a 10 de março de 1954 e formou-se em Arquitetura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.
Em Espinho, dirigiu o gabinete RDLM Arquitetos Lda., fundado pelo seu pai, onde trabalhou ainda com o seu filho Diogo Lacerda, também Arquiteto.
Deixou a sua marca por toda a cidade de Espinho, em edifícios como a Biblioteca Municipal Marmelo Silva, a Academia de Música, o Casino Solverde, a Escola Dr. Manuel Laranjeira. Também participou na requalificação da Alameda, aquando do enterramento da linha férrea.
Rui Lacerda também é responsável por inúmeros projetos em todo o país e no estrangeiro, designadamente em Espanha, no Brasil, em Moçambique, entre outras paragens.
(1954 – 2018)
“Pensar, Desenhar, Construir e, com isto e muito mais, conviver”, a condição de Rui Lacerda.
Costuma-se dizer que “As ações ficam com quem as pratica”.
Rui Lacerda é, para quem o conhece, o resultado do seu convívio connosco. Escrevo sobre ele com um enorme sorriso nos lábios, pois, para mim, essa convivência, representa uma fase imensamente feliz da minha vida. Foi meu “Mestre” e existe em mim uma marca indelével sua.
Rui Manuel Vita de Lacerda Machado nasceu espinhense e como distinto espinhense sempre se comportou, demonstrando um profundo respeito e amor à terra e às gentes que o viram crescer e viver. Filho de Arquiteto e de Professora, também eles distintos espinhenses com provas dadas, cresceu convivendo com a Arquitetura, tornando-se também Arquiteto.
Conheci-o, já ele defendia o lema “Pensar, Desenhar, Construir e, com isto e muito mais, conviver. Esta é a condição do Arquiteto”. Cedo em nós, que com ele trabalhámos, cunhou esse legado.
Obra fruto das convivências é doação honesta e sábia. Doação de conhecimento aos outros, aos mais novos, às gerações de futuros e novos Arquitetos, é amor ao próximo, à arte, à terra, ao ensino… ao mundo.
Abriu as portas do seu ateliê a dezenas de jovens aspirantes a Arquitetos, seguindo o exemplo do seu pai, tornando-se o Mestre de quem o quis, e aquele escritório foi parte integrante da construção do Ser de muitos, creio, ainda hoje, raiz memorial do ser Arquiteto de todos os que por lá passaram.
Estar presente nos momentos de necessária afirmação cívica, com as ferramentas do Arquiteto, com o intuito de ajudar a construir uma, também sua, terra melhor, é amor à condição de cidadania.
Pensar, Desenhar, Construir, Ensinar a fazê-lo, estar presente no debate cívico para construção da terra, demonstrar pelos atos que essa é a condição do Arquiteto… isso é só para alguns.
Arquiteto, Professor, Cidadão, Camarada… Acima de tudo “Companheiro” – Rui Lacerda foi-o como ninguém. Fomos testemunhas, e tenho nisso um grande orgulho.
Hoje sentimos o vazio… Mas, naturalmente, por causa dele, somos muito mais ricos.
Amava a vida acima de tudo, e partiu fazendo o que sempre quis… VIVENDO INTENSAMENTE.
Obrigado, Mestre… grande companheiro!
3 de maio de 2019
João Castelo, Arquiteto