Não abro mão da primavera!
Não abro mão da primavera!
Estou poema, com verso à espera,
ansioso pelo canto, ainda sem voz.
Despeço-me dessa estação fera,
da fria noite e do dia de luz veloz,
tão fugaz que não me retempera.
Não abro mão da primavera!
Sei-a já vivida, não quimera,
pintada de um verde regenerador.
Quero-a crescendo, qual subida hera,
em compassado tempo de calor,
como no estio, quando o sol impera.
Não abro mão da primavera!
De março a junho, a natureza prospera
em flores, cores, dias suaves, fertilidade.
É jardim perfumado, refrescada atmosfera,
quadro vivo inspirado em ousada vontade
que na Humanidade quero ter por sincera.
Não abro mão da primavera!
Vítor Oliveira, Diretor do Agrupamento