jornal plural do agrupamento de escolas dr. manuel laranjeira

Missão Guiné

A paróquia de Espinho, à qual pertence a nossa escola, a Manuel Laranjeira, faz parte, há algum tempo, do projeto Missão Guiné. O seu objetivo é ajudar uma das comunidades mais carenciadas do continente africano, Buba, na Guiné Bissau.

A paróquia de Espinho, à qual pertence a nossa escola, a Manuel Laranjeira, faz parte, há algum tempo, do projeto Missão Guiné. O seu objetivo é ajudar uma das comunidades mais carenciadas do continente africano, Buba, na Guiné Bissau.

A partir de um documentário visualizado pela nossa turma, pudemos perceber que a ajuda dos voluntários no terreno tem retorno – eles descrevem a vivência como uma troca afetiva, cultural e social. E ressaltam que “conhecer o outro é fazermo-nos mais humanos”.

Durante o vídeo de pouco mais de quarenta minutos, fomos apresentados a uma realidade completamente diferente da nossa. Lá há uma grande quantidade de vegetação, a vida decorre em meios rurais, de forma dura e precária, as estradas são de terra batida… Tudo está completamente fora do nosso dia a dia. Apesar da realidade em que vive, o povo é hospitaleiro, simpático, e distingue-se pelos tons coloridos das suas vestimentas, que contrastam com o verde da relva e o marrom das estradas de terra.

Em Buba, os voluntários foram recebidos por duas irmãs, que, com um sorriso no rosto e atenciosamente, prepararam uma refeição para eles. Compartilharam o pouco que têm – o que é raro! – aqueles dois corações bondosos. Vimos que as habitações são feitas de barro e telhado de palha. Não têm água encanada, muito menos eletricidade. No meio daquela pobreza, tanto material quanto estrutural, há alegria e fé. Numa capela ampla, crianças, idosos e jovens rezavam e agradeciam por tudo o que têm. A missa era alegre, ouvindo-se músicas em português e em criolo. Todos estavam juntos e felizes, sem discriminação.

Observar as dificuldades vividas pelos habitantes de Buba e das outras cidades visitadas faz-nos pensar que hoje somos privilegiados ao termos acesso a tudo. E, contudo, desvalorizamos o tanto que temos, e somos ingratos e infelizes!

Como pudemos apreciar no vídeo, os voluntários visitaram uma segunda comunidade, Gamberte. Ao longo do caminho de jipe eram escutados gritos do “branco, branco!”. Em seguida, os voluntários seguiram para Empada, onde as irmãs da Imaculada Conceição e um padre viviam, espalhando sua fé e sabendo que, mesmo em condições precárias, ali era o seu lugar. Depois disso, seguiram para Fulacunda. Lá, como nas outras comunidades, há falta de condições básicas de vida, mas os sorrisos e a alegria são contagiantes.

Em todas as comunidades visitadas, há falta de condições nas escolas e hospitais. Estes, se existem, são pequenos e não têm nem os materiais necessários nem água canalizada. Nas escolas, a única coisa que não falta é o interesse de jovens e adultos em aprender. Os voluntários que lá estiveram realizaram inúmeras atividades com a finalidade de incutir o gosto pela escola, o que foi muito bem aceite. Em Portugal, há jovens que apenas querem ver-se fora da escola; lá, ter um simples lápis e papel é uma dádiva.

Graças à missão, o povo de Buba teve um ótimo Natal, pois receberam um contentor cheio de presentes. O transporte foi difícil! A distância, as condições viárias e, não menos penalizante, a burocracia e falta de vontade política tudo contribuiu para complicar a chegada do contentor. Lá dentro, ao contrário das prendas que costumamos pedir no Natal ( telemóveis, roupas de marcas,…), havia colchões, alimentos e roupas simples. Mas os jovens guineenses que descarregaram o contentor, alegraram-se com tudo e foram calorosos no agradecimento.

Além dessa contribuição, o projeto irá construir uma escola para o primeiro e segundo ciclos e outra para alunos do sexto ao décimo segundo anos, para formação profissional na área de agricultura, atividade que dinamiza a economia local.

Concluindo, Espinho e Guiné encontram-se separados por cinco mil quilómetros e nós, alunos do 10º H, esperamos que, a partir da escolha da Missão Guiné como projeto de cidadania, possamos fazer o bem com um pequeno gesto. Ao separar papéis e papelões utilizados no nosso dia a dia, que depois serão vendidos, esperamos contribuir para fazer do mundo um lugar melhor.

Os alunos do 10º H

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