jornal plural do agrupamento de escolas dr. manuel laranjeira

Feira do Livro

Mulheres e cultura

 

     A abertura oficial da Feira do Livro da Biblioteca da Manuel Laranjeira aconteceu no Dia Internacional da Mulher, a 8 de março deste ano. Era sexta-feira e a Biblioteca encheu-se de festa.

     Os livros estavam distribuídos em cima de mesas e havia professores e os alunos das turmas do 10º I e do 11º C e C1, certamente com sensibilidades diferentes, mas todos atentos ao que a Coordenadora das Bibliotecas nos proporcionou.

     Por ser o dia da Mulher e porque duas alunas do 12º B, Carlota Pratz e Carolina Pratz, tinham acabado de ver publicados numa antologia da Chiado Editora, Três quartos de um amor, os seus poemas “Três quartos de sensações” e “Respira amar-te”, a Dra. Manuela Lima convidou-as a participarem na inauguração da Feira do Livro. Convidou também a Encarregada de Educação das alunas, a Dra. Alexandra Couto, que já tinha publicado um livro de poesia em 2017, Cinquenta e uma sensações, e acabara de publicar um texto na mesma antologia da Chiado.

     Depois da apresentação, as alunas do 12º ano falaram das suas experiências enquanto leitoras e escritoras. Depois, a Dra. Alexandra interveio para falar da sua experiência, realçando a importância dos livros na sua vida. No fim desta curta conversa, a Encarregada de Educação leu dois poemas do seu livro:“Do livro” e “Da mulher”. Deixamos aqui a segunda quadra do primeiro (poema 17):

                              “Pequeno, grande ou médio

                              Com ou sem ilustração

                              É uma aprendizagem ambulante

                              Que sorri para quem lhe estende a mão”

Não podemos deixar de partilhar também o segundo (poema 39):

                                       Da mulher

 

                              Pode o vento abanar uma enxurrada de galhos

                              Pode a tempestade ensopar um delírio de sonhos

Pode o rio desaguar em águas inquinadas

                              Pode um assombro engolir as nossas estradas

 

                              Mas a mulher será sempre um camaleão…

 

                              Pode a agonia pisar os nossos pedaços

                              Pode a tortura poluir pés descalços

                              Pode a dúvida seduzir caminhos enredados

                              Pode a beleza corromper olhares sossegados

 

                              Mas a mulher será sempre um camaleão…

 

                              A sua força interior rasga os impedimentos

                              Serena o sombrio e o escuro das ruas e vielas

                              Adivinha o perigo escondido entre teias de aranha

                              Rastejando em busca de sólidas tutelas

 

Porque a mulher será sempre um camaleão…

 

Nas suas mãos segura uma dúzia de tudo

Nos seus ombros carrega toneladas de rochedos

Nas suas pernas suporta a dor clandestina

Na sua voz embarga a bonança e os penedos

 

Porque a mulher será sempre um camaleão…

 

O desalento que desmoronou momentos

Foi suavizado pelo dote da camuflagem

Hoje de rosto pálido e amanhã cor carmim

Será esta a sua eterna imagem

 

Porque a mulher será sempre um camaleão.

     Antes de findar a sessão, as alunas leram os seus textos, excelentes poemas que nos dão a conhecer duas promessas da literatura de hoje e do futuro. São duas poesias de amor, motivadas pelo Dia dos Namorados, e que podem ser lidos na secção deste jornal “Textos e Pretextos”.

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