Evelyn Ruiz

Evelyn Ruiz é aluna do 11º D1, turma de Artes. Mora, atualmente, em Espinho, mas é de nacionalidade venezuelana.

O Natal na Venezuela

 

     Uma das festividades mais importantes da cultura venezuelana é, sem dúvida, o Natal. Na Venezuela é considerada a época mais bela do ano. Começa no dia 1 de dezembro e termina no dia 6 de janeiro, com a chegada dos Três Reis Magos.

     Esta festa inicia-se com a primeira de muitas tradições que consiste em decorar a árvore de Natal e montar o presépio para assinalar o nascimento do menino Jesus. Para receber dignamente a sua vinda e o novo ano, manda a tradição que se deve comprar roupa nova para estrear no convívio com a família, no jantar dos dias 24 e 31 de dezembro. No primeiro, trocam-se os presentes e, no segundo, recebe-se o ano novo comendo as doze uvas, o que significa doze desejos para serem cumpridos durante o ano.

     No jantar de Natal, é costume comer “hallaca”, porco ou frango recheado no forno, pão de fiambre, salada de galinha, bolo preto, doce de papaia e ponche crema.

     A noite de Natal é acompanhada por uma música tradicional chamada “Gaita”, que tem origem no estado de Zulia, na qual são utilizados instrumentos tais como furro de gaita, isto é, um tambor para friccionar, cuatro venezuelano, maracas, charrasca e tambora, entre outros.

     Neste Natal senti saudade da minha família, mas estava também feliz porque conheci os costumes da cultura Portuguesa.

 

 

Receita do bolo preto (tradicional do Natal Venezuelano)

 

 

Ingredientes:

200 g de farinha

50 g de cacau em pó

1 colher de fermento em pó

¼ colher de bicarbonato de sódio

70 g de açúcar

50 g de mel

50 g de manteiga

2 ovos

50 ml de leite com 1 colher de vinagre

20 g de amêndoas tostadas descascadas

20 g de nozes

20 g de sultanas

20 g de fruta cristalizada

20 g de cerejas

Raspa de limão e laranja

1 pitada de canela, noz-moscada, gengibre e cravinho em pó

100 ml de rum

100 ml de aguardente

1 colher de açúcar em pó

 

Preparação:

Cortar as amêndoas, nozes e cerejas e misturar com o resto da fruta, a raspa, as especiarias e os licores.

Deixar esta mistura a macerar durante pelo menos 1 semana nos licores.

Bater os ovos com o açúcar, adicionar a manteiga derretida e o mel.

Peneirar a farinha juntamente com o fermento em pó, bicarbonato de sódio, cacau e as especiarias.

Incorporar a mistura de farinha, alternando com o leite.

Finalmente, adicionar os frutos macerados (reservar este licor).

Verter a mistura para uma forma untada e enfarinhada e cozer a 170 C° durante 1 hora ou até a mistura estar totalmente cozida.

Assim que o bolo sair do forno, deitar um pouco do licor de maceração sobre ele.

Quando o bolo estiver fresco, pôr o açúcar em pó por cima.

 

Lenda venezuelana

Caribay e as cinco águias brancas

 

     Há muitos anos, nasceu a primeira das mulheres dos Mirripuyes, Caribay, filha do Sol Zuhé e da Lua Chía. Possuía uma das vozes mais belas do mundo e era capaz de imitar qualquer ave.

     Um dia, a jovem Caribay, que gostava de contemplar e admirar a floresta e a natureza, viu cinco grandes águias brancas com uma bela plumagem no céu.

     Desejando contemplar a sua beleza e até adornar-se com as suas penas, ela seguiu-as. Perseguiu as aves até às montanhas, até aos penhascos mais altos, mas não as pôde seguir mais longe. Entristecida, cantou, invocando Chía, fazendo a noite chegar e iluminar a terra. A triste canção de Caribay impressionou os animais, incluindo as cinco águias, que desceram, empoleirando-se cada uma num penhasco, sem fazerem qualquer movimento. Caribay aproximou-se, então, do penhasco mais próximo, onde tentou tocar na primeira das águias. No entanto, ao estender a mão, apercebeu-se de que as aves tinham congelado. Sentindo-se culpada e assustada, Caribay fugiu. Ao fugir, Chía tornou-se escura, o que fez com que o gelo que cobria as águias derretesse. Estas acordaram de novo, furiosas. Então, sacudiram e espalharam as suas penas, enchendo o lugar de branco. As penas das águias provocaram uma brisa fria e o seu grasnar propagou-se-se através do eco.

     A jovem Caribay refugiou-se, mas, assim que deixou de ouvir as aves, acalmou-se e pôde ver como cada um dos cinco picos da montanha estava coberto de branco.

     Esta lenda venezuelana fala-nos da origem da neve nos picos “merideños”, isto é, do estado de Mérida.

Pico Bolívar, Mérida, Venezuela