jornal plural do agrupamento de escolas dr. manuel laranjeira

Diego Sebastian De Oliveira Alonso

     Chamo-me Diego Sebastian De Oliveira Alonso e nasci a 18 de junho de 2005, na Venezuela. Estou no 11º ano, no curso de Humanidades.

     Desde muito novo aprendi a gostar de interpretação de textos diversos e adquiri uma boa capacidade de oratória. Em parte, isto deve-se aos longos e complexos textos que a minha avó me ajudava a escrever para as apresentações que tinha de fazer na escola. Este trabalho levou a que, desde os 14 anos de idade, começasse a escrever um pouco de prosa e poesia. No entanto, nunca tentei aprofundar muito o mundo da literatura.

     Aos 15 anos de idade, no dia 3 de setembro de 2019, imigrei para Portugal, com a minha meia-irmã e a minha madrasta. Ter de me despedir da minha família e amigos e ter de subir pela primeira vez num avião, para chegar a um país novo, com uma língua nova e uma cultura nova, foi muito difícil para mim.

     Por sorte, não me senti sozinho, porque, em setembro, entrei na escola Dr. Manuel Laranjeira e aí havia mais venezuelanos. Conhecemo-nos e ficamos todos muito unidos. Foi a partir daqui que comecei a aperfeiçoar a minha escrita. Infelizmente, passados poucos meses, começou a pandemia, e, como tinha tanto tempo livre, decidi auto propor-me um desafio: escrever uma poesia por dia, utilizando, em cada uma, um recurso de estilo distinto.

     Deixo, a seguir, uma delas que, espero, vos agrade.

Pienso

A veces me recuerdo,

De lo que te dije estando cuerdo,

Es mi culpa y te pido disculpa

Por esas promesas que se quedaron en inventos.

Pasan los vientos del verano,

Pero no para de llover en mi cuarto,

Alma pide calor y tú no lo estás dando,

No quiero jurar, voy a jugar

A unos dados, preguntandome si es obsesión o amor.

     Queria dar alguns conselhos às pessoas que se interessam pela poesia. Recomendo que escrevam diariamente pelo menos um verso – ao fim de um mês vão sentir uma diferença notória na vossa escrita. Outra ‘dica’ que posso dar é que tentem definir exatamente o que querem expressar (se querem falar de alguém, de um sentimento ou de um espaço). Isto funciona muito bem! E, deste modo, é menos provável desviarem-se do assunto. Sei que é difícil, no início, mas, com esforço, sei que escreverão versos fantásticos.

     Quanto a planos para o futuro, penso acabar o 12º ano e estudar produção musical, pois é o que realmente me apaixona.

     Terminando, deixo-vos com uma frase de que gosto particularmente: «A arte transcende a pessoa – nela, o ser humano reflete a riqueza do seu mundo interior; por ela, vive para lá da vida».

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