Explicar a minha ansiedade é complicado: parece que tenho uma voz na minha cabeça que, às vezes, é muito ruidosa. Bem, quase sempre!
Esta já se fez amiga de praticamente todas as outras vozes da minha mente e é capaz de as convencer a serem como ela. Uma delas dava-me ânimo, mas agora só grita comigo “Não vais conseguir!”. A outra, que me dava confiança, agora só me diz “Vais falhar!”, “E se acontecer alguma coisa má?”, “O que é que vão pensar de ti?”. Aquela que ia comigo tranquilamente para a cama agora só me invade, chamando as suas amigas vozes.
Elas querem uma festa de pijama onde gritam e gritam, mas eu só quero descansar… Enquanto há muito ruído, o coração, para o acompanhar, começa a bater, mais rápido e forte; os meus pulmões agitam-se até ficarem cansados e precisam cada vez de mais e mais ar… Fico exausta e afogada num mar de preocupações, o que aumenta o meu planeta cheio de medos.