jornal plural do agrupamento de escolas dr. manuel laranjeira

Editorial

     Chegado o fecho de um ano letivo, prepara-se a abertura do próximo – perceciona-se, assim, um tempo como devir contínuo feito de instantes em sucessão, mudança e transformação. O Agrupamento de Escolas Dr. Manuel Laranjeira tem vindo a assistir a algumas destas últimas, prosseguindo a sua ação numa sequência que está para lá dos momentos mais imediatos que se vive. A leitura do jornal “Plural” afiança essa vivência temporal feita de experiências que, no presente, não deixam de evocar passado e perspetivar futuro – o Plural dos tempos, com o seu lugar de destaque na vida do agrupamento.

     É altura de fazer algum balanço do trabalho desenvolvido; tempo de pensar como este foi mais um ano exigente, com dificuldades, é certo, mas sem esquecer oportunidades, numa tónica de esperança que se foi firmando ao longo do ano 2021-2022, já com piscar de olhos para o 2023 que está para chegar. Começou-se com mais um ano pautado por efeitos pandémicos; depois pintou-se e animou-se com as cores da Escola Azul e de um Mar Pedagógico que fez da inclusão condição e “surfou-se”, à semelhança de outras atividades e projetos, nas ondas da vontade e das expressões artísticas; abriu-se o jornal à dinâmica do clube e da periodicidade mais próxima e frequente da newsletter; lembrou-se a existência de dez anos de agrupamento e não se deixou de prosseguir com o reforço e a recuperação da qualidade das aprendizagens, sem esquecer o sucedido em cerca de dois anos de ensino à distância; retomaram-se iniciativas que o tempo não apagou, convocando parceiros e entidades várias em espírito de colaboração; perspetivou-se a capacitação e o desenvolvimento digital do AEML. E, talvez mais importante do que tudo, foram sendo conquistadas condições que permitiram ir além dos sorrisos vislumbrados e circunscritos ao olhar.

     Toda uma comunidade batalhou por marés que, ora altas ora baixas, confluíram numa linha e num sentido de horizonte onde os profissionais deste agrupamento abraçaram, com dedicação e empenho, desafios que surgiram – uns planeados, outros absolutamente inesperados. Entre prémios, reconhecimento e divulgação do trabalho feito, ao longo deste ano letivo, não há como esquecer o sofrimento de alguns. De destacar o de um povo que, de distante no mapa, se tornou mais próximo no acolhimento humano, depois de ver o seu território tomado e destruído por uma guerra inexplicável e impiedosa. Conjugaram-se os valores da solidariedade e da inclusão com os domínios do saber, do fazer e do ser/estar. O AEML testemunhou e deu a mão a quem nele passou a (con)viver.

     Nesta conjuntura, a Escola, enquanto sistema educativo geral, e o AEML, na sua ação em particular, cumpriram desafios e objetivos ímpares: lutar e sublinhar os valores da integração, da democracia e da liberdade, construindo uma consciencialização coletiva que está muito para lá do espaço da sala de aula, das páginas dos manuais e/ou dos cadernos e dessas redes que se dizem do mundo virtual e tantas vezes pouco virtuosas (pelo que muito mostra também do que há de [perigosamente] real).

     Cumpra-se, na coletividade, a consciência do diverso, do múltiplo, do plural e leia-se, nas páginas deste jornal, o muito que se tem feito para ir ao encontro do que ensinar e aprender tem de comunicar, comungar, (re)produzir e (re)criar, buscando o bem comum da educação e formação.

 

Vítor Oliveira, Diretor do Agrupamento
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